VLAD - A ÚLTIMA CONFISSÃO

"Você tortura os outros para que os outros não possam torturá-lo."

Sinopse: Além dos rochosos Cárpatos, na Transilvânia do início do século 16, após uma árdua viagem, Janos Horvathy chega ao castelo de Poenari, com a missão de descobrir a verdade sobre o conde Vlad Tepes, antigo voivoda, comandante militar, da Valáquia. Para atingir seu objetivo, deverá se encontrar com as três pessoas que foram mais próximas do nobre durante sua turbulenta existência.

O primeiro relato é de Ion Tremblanc, antigo cavaleiro e amigo de Vlad, prisioneiro há anos. O segundo é Ilona Ferenc, a única mulher que ele amou - e a quem teve de sacrificar. O terceiro é do irmão Vasilie, um ermitão que fez as vezes de confessor de Drácula durante anos e quebrou seu silêncio para revelar a história do homem que sempre seria lembrado como "O Empalador". Os três testemunhos se entrelaçam para criar um relato detalhado do lendário personagem Vlad Tepes.

Sedutor e assustador, sua história não é a de um monstro, mas de um homem e suas contradições. Considerado "filho do diabo", foi tirano e governante, cruzado e matador, torturador e herói, amante e assassino. Mesclando lendas e fatos, e os une em um romance monumental de sangue, amor e terror.

"Vlad se curvou e arrancou o pano da mesa. Cálices e talheres, jarras e árvores de línguas de serpente ergueram-se, caíram, chocaram-se, quebraram. E então todos viram que os mais nobres dos convidados não estavam comendo sobre uma mesa. Estavam comendo sobre um caixão."

Vlad Tepes sem dúvida é uma figura bastante enigmática e interessante, sem falar que serviu de inspiração para a criação do vampiro mais famoso do mundo, Drácula. O livro trás não só fatos históricos como também o autor da vida a sua história através dos possíveis mitos ou não da vida de Vlad como; as milhares de pessoas sendo empaladas enquanto ele jantava, um aristocrata tendo seu chapéu pregado na cabeça após ter se recusado a tirá-lo na frente do príncipe, a morte de Elizabetha e qual teria sido realmente o fim de Vlad Tepes. 

O que mais incomoda é o fato dele ficar o tempo todo dando explicações sobre seus atos, ele pesa bastante a mão quando os atos de crueldade começam e a justificativa é que ele entregou uma Valáquia livre de violência, o comércio se expandindo, e a luta para defender o povo dos ataques turcos.

A gente já entendeu né Vlad. O canal Fantasticursos postou um vídeo já faz algum tempo fazendo um comparativo entre Vlad Tepes e a Daenerys quando o último episódio de Games of Thrones foi ao ar, questionando se eles eram realmente; tiranos, loucos ou um produto de seu tempo?

O trabalho de pesquisa histórica feita pelo autor foi bastante árdua pelo fato de não ter muitos registros sobre o voivoda além daquilo que era escrito pelos seus inimigos, até mesmo sua morte é bastante incerta. Apesar do autor ter usado o clássico Drácula de Bram Stoker (que tem post sobre ele aqui) e O Príncipe de Maquiavel para a criação de sua história, a narrativa é bem mais seca e crua, mais pé no chão e dando abertura para o leitor tirar suas próprias conclusões sobre as ações do voivoda. É uma figura que desperta bastante a minha curiosidade e gostei muito de ter lido, a narrativa é fluida, um pouco lenta as vezes mas muito envolvente. Eu recomendo muito a leitura dele caso tenha curiosidade de conhecer e claro que eu super recomendo a leitura de Drácula. Vou deixar aqui embaixo o link de compra na Amazon, lembrando que adquirindo esse ou qualquer outro título através deste link você ajuda o blog. 

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Post: Drácula

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LIVRO LIDO

Vlad - A Última Confissão

C. C. Humphreys

Editora: Record

Ano: 2010/ Páginas: 462

OS PILARES DA TERRA

Sinopse: Emocionante e pontilhado de detalhes históricos, Os Pilares da Terra já vendeu mais de 18 milhões de exemplares e conquista novos leitores há mais de vinte anos ao traçar o retrato de uma época turbulenta, marcada por conspirações, violência e o surgimento de uma nova ordem social e cultural. 

Na Inglaterra do século XII, Philip, um fervoroso prior, acredita que a missão de vida que Deus lhe designou é erguer a catedral à altura da grandeza divina. Um dia, o destino o leva a conhecer Tom, um humilde e visionário construtor que partilha o mesmo sonho. Juntos, os dois se propõem a construir um templo gótico digno de entrar para a história.

No entanto, o país está assolado por sangrentas batalhas pelo trono, deixado vago por Henrique I, e a construção de uma catedral não é prioridade para nenhum dos lados, a não ser quando pode ser usada como peça em um intricado jogo de poder. Os Pilares da Terra conta a saga das pessoas que gravitam em torno da construção da igreja, com seus dramas, fraquezas e desafios. 

Que livro maravilhoso. Entrei 2020 com o pé direito nas leituras. 

Esse foi o primeiro livro que li do Ken Follett e a escrita dele é deliciosa, apesar do tamanho do livro a narrativa é bem fluida, porém pode ser demorada e demandar um pouco de tempo. A história tem várias reviravoltas que me prenderam de um jeito que ficava impossível largar, eu realmente fiquei bastante empolgada com a narrativa. Esse livro me lembrou muito A Catedral do Mar, porque a maior parte da história gira em torno da construção da Catedral de Kingsbridge no interior da Inglaterra, o autor conta em detalhes toda a construção e sua forma arquitetônica, suas proporções e suas abóbodas. 

A galeria de personagens realmente é surpreendente. Um deles é o Jack, o enteado de Tom Construtor. É um personagem que no início do livro você não dá a minima pra ele, e de repente ele muda de uma forma realmente surpreendente e vai ganhando cada vez mais espaço. Aliene também é uma das personagens femininas mais incríveis dessa história, ela passa por uma situação terrível, e depois disso comecei a imaginar na minha cabeça uma história totalmente previsível, mas não... ela toma um rumo totalmente diferente que me deixou de queixo caído. Ela não é como aquelas mocinhas que ficam se lamentando, ela arregaça as mangas e põe a mão na massa. E o outro personagem incrível é o Prior Philip que no início fiquei um pouco com o pé atrás com ele mas depois se mostrou um dos melhores personagens dessa história. Isso sem falar do vilão, xexelento, passei o livro inteiro desejando que ele morresse. Um outro ponto bem bacana do livro é a parte histórica e como era a vida das pessoas na Idade Média, o autor não polpa nas descrições de violência que são bem pesadas.

Esse é o primeiro volume de uma trilogia, os outros dois volumes são: A Coluna de Fogo e o Mundo sem Fim. Os Pilares da Terra já foi adaptado pra série que eu ainda não assisti mas já vi comentários super positivos sobre ela. Eu amei fazer essa leitura e estou super ansiosa pra continuar, eu sei que muita gente tem esse livro encostado, se você é uma delas, leia, a história é maravilhosa e vale muito a pena, sem falar dos personagens que são apaixonantes e inesquecíveis, com certeza deixarão saudades. Recomendo esse livro de olhos fechados. Eu vou deixar o link de compra na Amazon caso tenha interesse.

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LIVRO LIDO

Os Pilares da Terra
Ken Follett
Editora: Rocco
Ano: 2012/Páginas: 941

ANTÔNIO E CLEÓPATRA

Sinopse: Os cincos atos de Antônio e Cleópatra são repletos de intrigas mescladas a fervorosas declarações de amor, onde está presente toda linguagem monumental de Shakespeare. Produzida em 1607, já quando a obra do autor inglês estava em uma faze plena e madura, esta tragédia tem como tema a relação entre o militar romano Marco Antônio e Cleópatra, a célebre rainha do Egito. O casal sonhava com o estabelecimento de um grandioso império no oriente, mas seus planos são interrompidos. Com o pretexto da morte de sua esposa Fúlvia, Marco Antônio, que vivia no Egito com a amante, é chamado de volta a Roma; na verdade por motivos políticos. Lá, se vê obrigado a casar com Otávia, irmã de Otávio Augusto, um dos líderes do Império Romano, que usa esse casamento como estratégia para manter Marco Antônio mais próximo ao governo. Ao tomar conhecimento da união, Cleópatra envia a Roma a falsa notícia de que cometera suicídio, e Marco Antônio, apaixonado e desiludido, põe fim à própria vida. A rainha, sabendo disso, encomenda a seus criados a víbora que lhe destilaria o veneno mortal. Os personagens marcantes e os diálogos impetuosos fazem de Antônio e Cleópatra, além de já consagrada como uma das principais obras históricas de Shakespeare, uma peça emocionante e envolvente em todos os seus momentos.

"Cleópatra - Não comerei carne; não beberei. senhor;

Farei somente o necessário;

Nem dormirei. Destruirei meu corpo

A despeito de César. Senhor, saiba

Que à corte do seu amo eu não irei 

Agrilhoada ou para que me humilhe

O olhar de Otávia. Querem pendurar-me

Pra me exibir ante os gritos da plebe

Da Roma que me acusa? Eu prefiro

Uma vala no Egito como tumba!

Ou jazer nua na lama do Nilo

Deformada por moscas! Ou fazer

Das pirâmides forcas de onde eu penda,

Presa em correntes."

Uma obra prima. 

Não preciso nem dizer que eu gostei. Essa peça é uma mistura de tudo, tem história, drama, tragédia, e romance.

É uma peça dinâmica e muito rápida. A Cleópatra retrata é bastante histriônica e dramática, que as vezes chega a ser cômico, mas é uma das personagens femininas mais interessantes de Shakespeare. Ao longo da peça ela é retratada como prostituta pelo romanos mas ao mesmo tempo uma grande mulher cheia de mistério e poder. Ela não aparece tanto na peça, já Marco Antônio tem muito mais destaque e voz. O Marco Antônio é um fanfarrão dramático, muito diferente do personagem da peça Júlio César. Enquanto o mundo está caindo em Roma ele está lá no Egito curtindo a boa vida. 

Um dos pontos altos da peça é quando logo após a morte de Marco Antônio, Cleópatra decide cometer suicídio pra evitar que César Augusto a leve para Roma e a exiba como um troféu de guerra. Cleópatra faz um dos discursos mais bonitos, onde você consegue enxergar realmente toda a força e o poder que ela tinha e  fechando a peça com chave de ouro.

É uma peça deliciosa de ser ler, o texto tem vários trechos belíssimos e poéticos. É uma peça extremamente poética que em determinados momentos lembra muito Romeu e Julieta. Eu vou deixar aqui embaixo um vídeo da Atriz Fernando Montenegro fazendo uma pequena interpretação da parte final da peça. Essa leitura foi parte do Projeto Lendo Shakespeare que se encerra por aqui. Foi meu primeiro projeto e estou muito satisfeita, ler shakespeare foi uma experiência enriquecedora e gratificante, eu sei que o trabalho dele é muito maior que isso. Eu li 12 peças no total e todas elas se encontram no Box Grandes Obras de Shakespeare em 3 volumes e todas elas tem post aqui no blog e vou deixar aqui embaixo caso tenham curiosidade. Vou deixar também o link de compra.

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Projeto Lendo Shakespeare 

Romeu e Julieta
Hamlet
Otelo - O Mouro de Veneza
Macbeth
A Megera Domada
Sonho de Uma Noite de Verão
O Mercador de Veneza
A Tempestade
Ricardo III
Júlio César

LIVRO LIDO

Box Grandes Obras de Shakespeare - Peças Históricas Volume 3
Obra lida: Antônio e Cleópatra
William Shakespeare
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2017/Páginas: 608

JÚLIO CÉSAR

Brutus - Roma a ti eu juro
Que se é por justiça tu hás de ter
Das mãos de Brutus tudo o que hoje pedes.

Sinopse: Em Júlio César, Shakespeare retrata com grande genialidade a queda do famoso imperador, seu assassinato e a imagem de uma Roma dividida pelas lutas entre os altos poderes. Sem desconfiar da conspiração que se armava, César se deixa levar por conselhos falsos. Marcos Brutus, um dos conspiradores, é o personagem principal da trama, cuja honra e o amor que dedicava ao imperador entram em conflito com o movimento que liderava. No entanto, mesmo após a morte de César, Marco Antônio mantém-se como seu fiel seguidor e não poupará esforços para vingá-lo. Marca decisiva na mudança de orientação artística do bardo, que até então se ocupara de temas cômicos ou em representar os quadros históricos do passado de seu país, Júlio César é a primeira tragédia do autor que tem como pano de fundo a história de Roma.

"Brutus - Ele tem de morrer; e quanto a mim

Não tenho causa pra repudiá-lo,

Senão a pública. Se coroado,

Como isso mudaria? É esse o ponto.

É a luz do sol que faz sair a cobra,

Exigindo cuidado no pisar.

Se o coroamos damo-lhes um ferrão,

Perigo pra ele usar a qualquer hora.

O abuso da grandeza é separar

O poder do remorso; e, na verdade,

Em César jamais vi a emoção

Pesar mais que a razão. Mas é sabido

Que a humildade é a escada da ambição,

Pra qual sempre se volta o carreirista;

Mas uma vez alcançando o ponto máximo,

Ele dá suas costas à escada,

Olha pras nuvens, despreza os degraus

Por que subiu. Talvez César o faça;

É impedi-lo pra evitar. E se à causa

Falta hoje base pelo que é agora,

Digamos antes que o que é, crescendo,

O levaria a tais atos extremos."

Que peça. Mais uma maravilha de William Shakespeare.

Eu já sabia que iria amar, tudo que envolve Roma Antiga e grandes figuras da época como Julio César sempre chamam a minha atenção. E com essa peça não foi diferente. A expectativa com ela estava alta e não me decepcionou. 

É uma peça muito dinâmica e rápida de se ler. É um texto bastante poético em alguns momentos e em outros um pouco dramático, mas é um texto belíssimo e delicioso de ser lido. 

A pesar da peça falar sobre o Júlio César e se desenrolar em torno da conspiração e seu assassinato, o foco principal é o Brutus e todo aquele dilema entre assassinar César e manter a República intacta. O discurso de Marco Antonio no funeral do César é bastante dúbio mas também irônico, porque ao mesmo tempo que ele elogia Brutus pelo seu ato ele também alfineta fazendo com que o povo se volte contra o Brutus, além dele ser também muito carismático. É uma peça longa mas muito rápida, porque a todo momento tem alguma coisa acontecendo e você não consegue largar, mas também é uma peça que trás um pouco de misticismo por conta de algumas coisas que acontecem e dos preságios que permeiam o assassinato de César. 

Apesar do Brutus dizer que iria matar César pra salvar a República, você percebe que as motivações dele são muito mais obscuras, apesar de não sabermos quais são.

Eu gostei bastante dessa peça não só pelo texto mas por se passar em um ambiente diferente como a Roma Antiga, o que é justificável, era mais fácil passar pelo crivo dos críticos da época permitindo Shakespeare alfinetar a própria corte ou o soberano de forma indireta.

É uma peça maravilhosa e recomendo a leitura. Essa é a penúltima peça do Projeto Lendo Shakespeare e se encontra no terceiro volume de nome Peças Históricas que faz parte do Box Grandes Obras de Shakespeare, a última peça a ser lida e que finaliza o Projeto será Antônio e Cleópatra. O post sobre as outras peças lidas estão disponíveis aqui no blog. Eu vou deixar aqui embaixo o link de compra do box e outras edições da peça.

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"Antônio - Eu te imploro perdão, barro sangrento,

Por ser servil ante esses assassinos.

És a ruína do homem mais nobre

Que jamais houve na maré dos tempos.

Pobre da terra que te derramou

O nobre sangue! E ante as tuas chagas - 

Que abrem mudas os lábios de rubi

Pra pedir voz a esta minha língua - 

Eu juro que uma praga há de abater-se;

Fúria doméstica e luta civil

Virão cobrir a Itália toda inteira.

Tão comuns serão sangue e destruição,

Horrores serão tão familiares,

Que mães irão sorrir ao deparar

Com o filho esquartejado pela guerra,

Sufocada a piedade pelo hábito:

E a alma de César pedirá vingança

Vinda do inferno, com Atê ao lado,

E com voz de monarca nestas plagas

Soltará com alarma os cães da guerra,

Até que este ato feda toda a terra

Com corpos podres a implorar enterro."

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Júlio César: https://redir.lomadee.com/v2/29380a517






LIVRO LIDO

Grandes Obras de Shakespeare - Volume 3 - Peças Históricas
Obra lida: Júlio César
William Shakespeare
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2017/Páginas: 608