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terça-feira, 26 de agosto de 2014

OS JUDEUS DO PAPA

 

"Onde há algum caso para salvar almas, nós sentimos a coragem de tratar com o Diabo em pessoa."

Sinopse: Quando o papa Pio XI morreu, em Roma em 1939, o mundo todo voltou os olhos para o Vaticano. Dias depois, o Conclave elegeu Eugênio Pacelli, um cardeal romano que fora Secretário de Estado da Santa Sé, um dos religiosos mais respeitados e poderosos da Itália. Pacelli se tornou o papa Pio XII  e entrou para a História como o alvo de polêmicas envolvendo a Igreja Católica e suas ações durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao tomar posse, Pio XII sabia que teria diante de si um desafio sem precedentes: guiar a Igreja e posicioná-la no tabuleiro da Europa, onde a ameaça nazista começava a aterrorizar as nações independentes.
A guerra era iminente. A truculência e o racismo mortal dos alemães eram a marca de sua política imperialista, que visava não só subjugar o continente, como também eliminar no fuzil ou nas câmaras de gás as minorias raciais, em especial os judeus.
No dia 1º de setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia. Diante disso, os aliados declararam guerra à Alemanha, iniciando o período mais sangrento do século XX.
Nesse meio perigoso, onde qualquer palavra proferida por uma autoridade a colocava em posição de aliada ou inimiga, Pio optou pela postura discreta, que soava como uma aparente neutralidade. Seus críticos alardeiam que o papa foi negligente, covarde. E esse titulo seria realmente coerente se não existisse toda uma história por trás do silêncio.
A ação de Pio em defesa dos judeus e Roma e de toda a Europa foi muito mais ampla do que se poderia imaginar...
Gordon Thomas, respeitado escritor inglês traz os fatos por trás de todas as especulações envolvendo Pio e a guerra. Ele e uma equipe de pesquisadores foram a fundo na busca de evidências sobre o que realmente fez o Vaticano durante o Holocausto.
A suposta omisão de Pio escondia uma rede secreta de ajuda humanitária, esta que tinha ligação com a Cruz Vermelha e fornecia documentos falsos, vistos de imigração e abrigo aos milhares de judeus que chegavam ao Vaticano fugindo do horror nazista. O esquema contava com criptógrafos profissionais, padres disfarçados e dezenas de esconderijos secretos.
Pio doou do próprio Vaticano para o gueto de Roma, a fim de que eles negociassem uma trégua com os alemães; nada menos que 3 mil judeus viveram escondidos em sua casa de verão, a Castelgandolfo; mais de 5 mil conseguiram abrigo nos conventos e mosteiros do Vaticano e áreas ligadas à Santa Sé.
Quando se tem vidas em jogo, no caso milhões, há que se ter bastante cuidado para não condená-las com atos radicais. Pio sabia disso. Como diria um sobrevivente judeu após a guerra, o papa agiu em silêncio por que era a única maneira de manter sua ajuda, caso contrário, ao se posicionar abertamente em favor dos condenados, estaria apontando-os, e junto a eles se tornaria um alvo.
Se dizem que na guerra tudo é válido, a prudência que conseguiu salvar 800 mil vidas em toda a Europa se justifica totalmente, mais ainda quando seu objetivo foi unicamente ajudar, sem ambição alguma de fazer propaganda política.

Este livro é simplesmente espetacular, o autor vai jogando varias informações uma atrás da outra que não deixam dúvidas, mas ao mesmo tempo te deixa chocada com as situações, os eventos, as brigas e os jogos políticos.
O que mais chama a atenção são os discursos e as cartas escritas pelo papa enviadas a Hitler e Mussolini. Mesmo não dizendo as palavras nazista e judeu, Pio deixa bem explicito o ódio pelo nazismo e ataca sem medo. Ataca de uma forma que não o deixe exposto demais, mesmo gerando desconfiança dos alemães em cima do papa pelo fato de o Vaticano estar escondendo judeus. E sua força mesmo diante da dificuldade não desistiu em nenhum momento.
Gordon Thomas fez um ótimo trabalho de pesquisa, o livro além de ter fontes de pesquisa, ele ainda colocou principais personalidades da época sua funções e o que fizeram, e notas de tradução por que à varias palavras em alemão o que dificulta um pouco a leitura.
Mas o livro é muito bem escrito, o autor não deixa nada passar, ele te deixa ciente de tudo o que está acontecendo naquele momento. Um livro super recomendado, incrível vale muito a pena principalmente pra quem gosta de Segunda Guerra e quiser conhecer e saber mais até onde a guerra chegou.
Vou deixar aqui uma playlist de vídeos contando um pouco mais sobre Pio XII pra quem quiser conhecer e ver imagens do papa. Pra quem gostou deixe um comentário ou compartilhe até mais.

OB: E não se esqueçam semana de Bienal do livro dia 31 domingo é o ultimo dia quem não foi vá. Eu com certeza não perderei e postarei aqui como foi a visita na Bienal.
Até mais.

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 Hitler escreveu em 1919 a um colega soldado da Primeira Guerra Mundial.

 "Meramente por motivos emocionais, o antissemitismo encontrará sua expressão final em forma de massacre organizado, os pogroms. Contudo, o antissemitismo racional deve levar ao controle e à erradicação cuidadosamente planejada e legal dos privilégios dos judeus, embora seu objetivo final e imutável tenha de ser a remoção completa desse povo."

O texto acima é o discurso de Hitler que nos vemos. E não este discurso tão escancarado de sua crueldade e seus planos de exterminar os judeus. Hitler em entrevista a uma revista em 1922 junto com Josef Hell. Aqui Hitler foi bem mais especifico. 

"Se um dia eu realmente estiver no poder, a destruição dos judeus será minha primeira e mais importante tarefa. Assim que tiver poder, mandarei erguer forcas e mais forcas, uma atrás da outra, por exemplo, no Marienplatz em Munique - tantas quantas forem possíveis erguer sem que atrapalhem o trânsito. Então, os judeus serão enforcados um a um e permanecerão lá pendurados tanto tempo quanto higienicamente possível. Assim que forem desamarrados, o próximo grupo se seguirá, e isso continuará até que o último judeu em Munique tenha sido exterminado. Exatamente os mesmos procedimentos serão seguidos em outras cidades, até que a Alemanha esteja purificada e livre do último judeu."



LIVRO LIDO

Os Judeus do Papa
Gordon Thomas
Editora: Geração Editorial
Ano: 2014/Páginas: 392

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