"Disse Pilatos: O que é a verdade?
João 18:38
"Escrevo a história do que se passou conosco daquele momento em diante.
Tantos virão depois de nós, e nenhum deles o terá visto,
e deverão ter certeza daquilo que vimos."
O testamento de Maria de Magdala,
conhecido por Madalena
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
Jesus, in João 8:32
Sinopse: Quem foi Maria Madalena? Uma prostituta arrependida? Uma deusa da Antiguidade? A esposa de Jesus, com quem se casou e teve filhos, no sul da França - como querem os teóricos da conspiração que afirma ter sido Jesus não o filho de Deus, mas um homem comum, que sobreviveu ao martírio da cruz?
Seria Maria Madalena realmente o pivô do maior segredo da igreja, guardado há séculos pelos sábios do Priorado de Sião - entre eles Leonardo Da Vinci, que a teria retratado ao lado de Jesus, na Santa Ceia?
A Madalena de Margaret George é emocional, impetuosa, pecadora e bondosa. Jesus gostava dela. Nasceu em família abastada e, apaixonada por Jesus, deu-lhe apoio material para seu apostolado e envolve-se de tal forma na construção do Cristianismo que acabou abandonando a família e caindo no mundo para divulgar as ideias da nova religião.
Maria Madalena não pode fugir disso. Para alguns, ela era louca alucinada, assaltada por demônios e visões. Para outros, líder religiosa - mais que simples discípula, uma "apóstola", a única mulher entre os apóstolos de Jesus. Para Margart George, que a surpreende criança, jovem, mulher apaixonada e líder espiritual madura, finalmente apaziguada nas paixões terrenas, Madalena foi uma das grandes mulheres de seu tempo.
"Quem era ela? Jamais alguém lhe perguntara isso de uma maneira tão direta. Era filha de Natã, descendente de Huram, da tribo de Naftali, que moldara as peças de bronze do antigo Templo, era mulher de Joel, de Naim, e mãe de Eliseba. Ela começou a dizer essas coisas, mas suas palavras se perderam.
- Maria de Magdala - ordenou ele - Quem é você? Esqueça o seu pai, o seu marido, a sua filha. Diga-me sobre você.
Sobrava o que? Sua leitura, o aprendizado de línguas, sua amiga Quezia, seus devaneios sigilosos. Sua sensação, ainda que débil e hesitante, de ter sido chamada e escolhida por Deus, muito tempo atrás. Em palavras hesitantes, tentou explicar tudo isso à primeira pessoa que jamais lhe perguntara sobre sua vida."
Esse é o quarto livro que eu leio da autora, e percebi que ele tem uma pegada diferente dos outros.
O livro é narrado em terceira pessoa e só em alguns momentos é que a Maria Madalena aparece narrando seus pensamentos e a parte final da história. Ele é dividido em três momentos:
1 Demônios; que conta a infância e a juventude de Maria até o momento em que ela é possuída por demônios.
2 Discípula; que mostra sua trajetória de vida ao lado de Jesus.
3 Apóstola; que traz trechos de seu evangelho, e cartas que ela troca com a filha.
O livro é bem interessante Margaret George consegue descrever com detalhes os locais, as roupas e como as pessoas viviam naquela época, porém se torna entediante em alguns momentos por recontar de certa forma a vida de Jesus o que todo mundo já conhece porém pela visão de Maria Madalena, o que até da pra entender porque o conteúdo sobre a vida de Maria Madalena é muito limitado, mas ao mesmo tempo você percebe que a autora teve muito mais tempo pra desenvolver os outros livros que foram lançados depois desse.
Não é uma obra grandiosa como "Memórias de Cleópatra" e nem melhor que "Helena de Tróia", mas é tão bom o quanto. O livro trás muitos questionamentos interessantes como a forma que os judeus praticavam a sua religião, você percebe que eles eram muito intolerantes até mesmo com outros judeus, a visão que eles tinham de Deus era que ele era um tirano cruel, muitas vezes eles faziam suas orações, oferendas, sacrifícios com medo de que fossem castigados se não obedecessem as leis sagradas, o peso da palavra pecado e o que isso tudo causava na cabeça de uma criança. A forma como a mulher era vista naquela época também era muito complicado, a mulher não tinha direito a nada e só prestava para servir e nada mais e que sempre era a culpada de todas as desgraças que poderiam acontecer, era um mundo completamente machista.
Maria Madalena era uma mulher forte e muito a frente de seu tempo, que junto com seu irmão Silvanus levantavam muitas questões interessantes que levam o leitor a pensar e a questionar certas coisas que acontecem até mesmo nos dias de hoje. Claro que a história está um pouco diferente daquela que conhecemos em alguns pontos, a autora aborda a questão da paixão que Maria Madalena sentia por Jesus sim claro, mas a autora faz isso de uma forma muito sutil e sem estender o assunto, mas também vemos seus medos e receios, como ela era vista pelos discípulos de Jesus onde a maioria eram homens.
Há algumas partes do livro que são entendiantes, a primeira parte que é "Demônios" achei bem incomoda, pesada e tensa, fora isso a leitura do livro é bem fácil e fluida com uma narrativa rápida. Se você está procurando um livro polêmico então está procurando o livro errado. Com certeza Maria Madalena é uma personagem histórica que chama bastante a atenção, muitas das perguntas que estão lá em cima só o tempo poderá responder, mas a autora descreve sua história de uma forma bem delicada e sutil.
É isso, se você gostou deixe um comentário ou compartilhe e até mais.
"Pessoas supostamente generosas, caridosas e religiosas que nem por isso se interessam em saber o que aconteceu com uma irmã que sabiam ter passado por uma grave doença. Pergunte-se a você mesma que tipo de caridade é essa. Em minha opinião, isso apenas demonstra que o melhor da "bondade" humana ainda rima com egoísmo e cegueira, e talvez seja por isso que jamais conseguiremos agradar a Deus com nossas tentativas de santidade. Isaías é quem diz melhor: "Todas as nossas justiças são como trapos de imundícia."
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